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Algumas observações sobre a mulher na cultura e literatura japonesa ⋆ Laboralivros

Algumas observações sobre a mulher na cultura e literatura japonesa

No dia 15 de outubro de 2019 foi o lançamento da campanha de financiamento coletivo no Catarse, “Irui Kon’in: contos fantásticos do Japão”, que visa a publicação do livro Irui Kon’in no mukashi banashi – contos tradicionais japoneses sobre casamentos fantásticos pela Editora Urso, com tradução de Márcia Namekata e ilustrações originais de Lua Bueno Cyríaco.

Para que vocês leitores se inteirem sobre todo um universo diferente do ocidental, a editora Urso produziu uma série de textos que falam sobre os contos tradicionais, as lendas, a cultura e a mulher japonesa.

Neste post, vamos pensar e falar um pouco sobre como a figura feminina aparece na mitologia e também na sociedade japonesa e a relação delas com a literatura.


Sobre as mulheres de destaque no Japão Antigo

“Nos mukashi banashi – termo que designa tanto as narrativas como o gênero literário – existe uma galeria vasta de personagens; dentre elas, uma que se destaca é a mulher. Considerando-se as figuras femininas que surgem nessas narrativas, pode-se dizer que, ao contrário dos contos maravilhosos e de fadas do Ocidente, onde habitualmente classificam-se em heroínas e vilãs, nas narrativas japonesas esses dois polos não se encontram claramente delineados e suas características, muitas vezes, parecem se mesclar.

Ao sabor do tempo, aquelas narrativas contadas nas frias noites de inverno foram se modificando, tal qual o homem que evoluiu no curso da história. No entanto, mantêm-se vivas nas mensagens, latentes em suas palavras, no recôndito do sentimento humano. E, nessa trama do humano, do espacial, do temporal, sobressaem-se as mulheres. Sejam personagens, sejam narradoras, estão sempre ligadas, de alguma forma, a essas histórias: fadas, velhas contando histórias às crianças ao redor do braseiro, bruxas, princesas, mães, esposas…”

Márcia Namekata

Mas como elas são vistas e apresentadas -não somente nos mukashi banashi, mas nos mais diversos gêneros literários e, por que não-, na cultura japonesa de modo geral?

Analisar a figura feminina na cultura japonesa é tão complexo quanto na ocidental, visto que cada uma tem suas idiossincrasias. Porém enquanto ocidentais, a nossa tendência é se espantar – e algumas vezes escandalizar-se – com a apresentação mundo oriental. Porém, ao conhecer um pouco mais das lendas e história japonesa, conseguimos ver o desenho que foi se formando com o passar do tempo e compreender como ele é visto agora e talvez diminuir o estranhamento.

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livro contemporâneo da escritora japonesa Natsuo Kirino – ela revisita a história de izanami e Izanagi.

Acreditamos que, enquanto mukashi banashi (narrativas antigas, ou narrativas tradicionais), os aspectos mostrados vão sempre estar mais próximos das narrativas míticas e por isso é indispensável relembrar o mito fundador do Japão, que traz as figuras da deusa Izanami e do deus Izanagi. Conta a história que no ritual de casamento a deusa se precipitou e convidou ao deus e dessa união nasceu um monstro disforme. Porém, orientados por seres superiores, eles refizeram a cerimônia e, dessa vez, o deus Izanagi que tomou a iniciativa de convidar Izanami e dessa união auspiciosa – e feita da forma correta, segundo instruções divinas superiores – teriam gerado o arquipélago japonês. A mítica de Izanami em alguns trechos é relacionada à um tipo de não subserviência ao marido, ou às regras. Izanagi, por sua vez, também quebra regras, no entanto no final da história, sua punição é bem mais suave em comparação à de Izanami. Temos uma clara apresentação de comportamento subserviente que é esperado (e incentivado) por parte da mulher em relação ao homem; a mulher é quem acompanha, o homem é quem toma a iniciativa e decisões.

No entanto, mesmo com essa apresentação escrita no famoso compêndio Kojiki (“registros de assuntos antigos”) publicado no século VIII, tendo como destaque o registro do mito fundador do Japão, existem várias figuras femininas que ganham um grande destaque e posições de poder.

A primeira delas é a lendária Imperatriz xamãnica Himiko que teria reinado durante o Período Yayoi (189-248). Sua existência é ainda um mistério, mas o que se conta é que ela teria sido a responsável por um bom período de trocas comerciais com a China e tendo sido eleita depois de uma sucessão de reis de Wa (antigo nome relacionado ao Japão). Dessa forma, ela teria sido a precursora do que seria o povo Yamato, que durante muito tempo foi o nome com o qual os japoneses teriam sido identificados.

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Imperatriz Jingū, xilogravura por Tsukioka Yoshitoshi (1880)

Depois dela, entretanto, haveria outras poucas – mas bastante relevantes. Entre elas podemos citar Jingû (206-269) outra imperatriz lendária, que tomou o cargo após a morte de seu marido, e é conhecida por ter organizado uma expedição agressiva na península coreana, local conhecido como Reino de Silla. De acordo com o Kojiki e o Nihon Shoki (“crônicas do Japão”), ela liderou as forças japonesas para a primeira batalha fora do Japão. Depois de três anos, ela saiu vitoriosa, e alguns até ousam dizer que Jingu seria uma espécie de Joana d’Arc japonesa, conduzindo seu exército com muita coragem e estratégia. A Imperatriz Gemmei (707-715) tem o grande feito de ter encomendado e produzido o livro Kojiki, fonte considerada um dos mais importantes relatos históricos do Japão, e sem dúvida o mais antigo. Já a Imperatriz Shôtoku – que reinou duas vezes, uma com o nome de Koken de 749 a758, e depois de 764 a770 com o segundo nome–, ficou reconhecida por sua dedicação fervorosa ao budismo, que naquela época ainda não teria ganhado a influência que exerceria no futuro. Seu envolvimento com um sacerdote e sua intenção de abdicar do trono em seu favor resultaram em uma série de medidas que iriam impedir que outras mulheres ocupassem o trono por um longo tempo. Porém, ainda viriam mais duas imperatrizes, Meishô (1629-1643) e Go-Sakuramachi (1762-1770), após ela, a restauração Meiji preferiu seguir o modelo ocidental da Prússia que não permitia que uma mulher subisse ao trono nem em caso de o regente ser muito jovem para o cargo (O que ocorreu com muitas das imperatrizes japonesas, parte delas subiu ao trono e reinou apenas enquanto o regente não era apto para o cargo, em função da idade).

Diante a presença da figura feminina enquanto imperatrizes, mesmo que em número menor que os homens, podemos perceber que, apesar da inicial impressão de fragilidade e cidadã de segundo plano, ainda havia espaço para que uma mulher ocupasse uma posição de poder e que fosse respeitada – se não fosse por ser mulher, por ser imperatriz: sua posição lhe outorgaria respeito.

Certamente, não podemos esquecer também que durante o Período Heian, onde as artes tiveram seu grande florescimento, as mulheres da corte tiveram papel importantíssimo no uso e difusão do primeiro alfabeto originalmente japonês: o hiragana. E isso se dá graças ao fato de muitas delas serem não somente poetas, quanto escritoras de outros gêneros, como os diários (ninki) e as narrativas (monogatari), tendo os dois grandes destaques literários da história japonesa sido escritos por mulheres: o chamado Genji Monogatari (narrativas de Genji), por Murasaki Shikibu, considerado o primeiro “romance” japonês (e alguns também o consideram como o primeiro romance do mundo), e o Makura no Sôshi (O livro do travesseiro) livro de ensaios por Sei Shonagon.

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Nota comemorativa de 2000 Yen, lançada no ano de 2000. À esquerda, uma cena do romance Genji Monogatari, e à direita inferior, uma representação de sua criadora Murasaki Shikibu.

Corrobora-se aqui a figura da mulher enquanto transmissora das tradições e cultura, agora não somente de forma oral, mas também escrita. Sua posição social “cai” em relação ao que fora no inicio dos tempos – mulheres e homens tinham funções semelhantes e a diferença de classes era menos discrepante, como é de se observar em muitas civilizações baseadas em agricultura, não somente no oriente –, no entanto sua função social enquanto mulher do povo continua como produtora (no caso de tecido, peças e auxílio na agricultura) e enquanto mulher da corte, como detentora e responsável pela manutenção da arte, mesmo que fossem ainda vistas como um tipo de propriedade da família ou da corte.


No próximo post vamos pensar e observar um pouco sobre a mulher japonesa na era moderna…

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